domingo, 30 de agosto de 2009

|_()\/£... is not a victory march



Baby I've been here before
I've seen this room and I've walked this floor
I used to live alone before I knew you...

(...)

I'ts not a cry that you hear at night
it's not somebody who's seen the light
it's a cold and it's a broken Hallelujah.







Setembro. Setembro está aí.



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

a shot of hope

Foi preciso limpar a gaiola ao hamster para ganhar esperança [Hope].

O bichinho faz um ano pelo Natal e ainda (sobre)vive, pois parece que apesar de eu nem de mim própria saber cuidar, até não sou muito negligente no que toca a roedores.
No fundo, todos temos um hamster - aquele pedaço de nós que ainda respira, apesar da negligência rotineira. Todos nós temos um bocadinho de roedor dentro da alma, escondido a um canto, solitário, no seu dia-a-dia de correr na rodinha, enrodilhar-se no ninho e encher as bochechas de sementes. Eu sei que eu sou um roedor - o meu próprio roedor.
E hoje acordei cedo com vontade de acordar, e sei que só não saí de casa porque estava de facto cansada - e não porque não me apetecesse ouvir bater do coração da cidade.

Há dezanove anos, um mês e nove dias eu fui a esperança de alguém.
Hoje, sou a minha própria.


18.07.1990
there's hope for the hopeless





sábado, 22 de agosto de 2009

it's a small crime... and I got no excuse.

Já não tenho o sorriso tatuado que aprendi a ter há um ano atrás. É um crime pequeno. Ao longo da vida, ensinam-nos (ensinamo-nos a nós próprios?) que temos de ir empacotando emoções, para abrir espaço a novas. Prateleiras e prateleiras, gavetas, caixas, arquivos...de emoções, momentos, memórias, Pessoas. Pessoas que fizeram de nós o que somos, o que seremos, o que fizemos, fazemos, faremos. É inevitável: temos de ir arrumando o que já não nos constitui, o que revela de nós apenas uma parte mas não o todo. Temos de ir esquecendo quem fomos, para nos permitirmos ser mais, a cada dia.

É um crime pequeno. A alma ocupa mais espaço do que uma gaveta, uma pessoa não cabe numa prateleira, nem uma gargalhada numa caixa. Muito menos uma lágrima cabe num arquivo. É um crime pequeno, mas tem de ser feito. E renovadamente executado. Vezes sem conta. Pele sobre pele, renovação sobre renovação. Temos de ir largando quem já não nada acrescenta ao eu que nos vamos revelando.


Não, não está tudo bem comigo. Mas é um crime pequeno - e não fui eu que o cometi, apenas deixei que o cometessem. Não, nunca está tudo bem, mesmo quando parece. Não, não fui eu que premi o gatilho antecipado da minha morte. Apenas me permiti afogar quando nadar me parecia escusado. Não, não está tudo bem comigo. Mas, como já disse, é um crime pequeno. E ninguém vai preso por apenas escolher sobreviver, mesmo que tudo à sua volta lhe diga para viver.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

soul's anatomy

It's the wrong kind of place
To be thinking of you
It's the wrong time
For somebody new
It's a small crime
And I've got no excuse
Is that alright? Yeah...
.NineCrimes.DamienRice.


aqui, música.
anatomia da alma.


life is... a b.i.t.c.h.

A vida é uma prostituta engessada. A vida é um constante ensaio em vésperas de estreia. É aquela exacta dose de bebida que não deviamos ter bebido porque nos fez vomitar. É a pessoa com quem cruzamos faíscas à saída do metro, mas que escolhemos ignorar porque estamos atrasados para dar comida ao peixe. A vida é um orangotango, que nos persegue pelo ecrã da televisão, no canal Discovery, fitando-nos (nós de robe, ele de pêlo) quase com aquele ar sarcástico - tão natural nos animais- de I told you so.

Os nossos paizinhos tentam ser prestáveis na educação, mas nunca nos ensinam como a vida é de facto - isto porque, convenhamos, nem eles o sabem. Ser cirurgião de emoções nunca resolveu grande coisa, porque a vida é aquele último batimento cardíaco que nos faz ter a certeza de que a morte chegou e não há CPR que nos valha. A vida é um luar brilhante, que nos faz reconhecer que somos imensamente pequenos para tudo o que queremos absorver. A vida é um abismo, um acidente de carro que acidentalmente nos faz cruzar com o amor da nossa vida. A vida é ter certeza de que não há certezas, e por isso mesmo, viver é um cliché - o maior cliché que existe.
Viver é ter sonhos, e sonhar que vamos alcançar os nossos sonhos, mas isso é o maior sonho de todos, logo também não será realidade. A vida é um sudoku com erros, e um livro de palavras cruzadas que alguém esqueceu no banco do metro e que, por isso, não será terminado.
A vida é um descafeínado, que não nos resolve o problema de sono e simplesmente nos dá o sabor a café nos lábios. A vida é rush. É não sabermos nada. E é sabermos tudo.
Os seres humanos deviam vir com manual de instruções, lá está outro cliché. E outro ainda é o porquê de as pessoas temerem a responsabilidade, se sempre souberam ser algo inevitavel.



I'm a grown up woman and I did not see it coming.


Março 1977
. mom's wedding day .



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

you're everything I needed more.

fica a mágoa do sentir
de quem olha mas não vê
dos que sabem sem saber
dos que falam sem ouvir
dos que ficam, dos que partem
[quer sobrevivam ou matem]
dos que cantam, dos que escutam
dos que insistem, dos que mudam
e sempre eu aqui tão só
labareda extinta por fim...
se dos outros não tenho dó
que ninguém tenha de mim!
pois amam sem desistir
e desisto eu, sem sentir.



[este sim é um original escrito na traseiras de um talão]

terça-feira, 18 de agosto de 2009

'vai lá em baixo, cinco minutinhos'

Sempre tive a esperança de que pudesse ser salva. Sempre quis ser salva, aliás.
Agora, do alto dos meus breves dezanove anos, constato que não posso ser salva.
Impossivelmente, só de mim depende a salvação.
Não estou sozinha por gosto, mas sim por escolha. E a solidão tornou-se algo relativo, confortável, uma segunda pele. Ouvir o meu próprio respirar é, de facto, calmante.
Perdoem se nada disto faz sentido, mas estou na segunda pausa da noite (de trabalho) e como já não há mais emigrantes para atender, nem avecs, nem estrangeiros de lingua incompreensivel, vim tomar o segundo café, fazer o segundo chichi e, inigualável, escrever.
Hoje não escrevo na parte de trás do talão. Vim desabafar directamente.
Aqui.
Onde não estou só.

domingo, 16 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

kalunga

Vamos de férias mas a vida fica em casa, à nossa espera.
Tentamos esquecer tudo, mas quando voltamos ao tudo, o tudo está sempre lá.
Porque no funso, a Saudade , 'mais que um crime, é um castigo', e temos sempre cofres onde nos escondemos a nós próprios. Basta que alguém encontre a chave...
Pois se há coisa pior do que não se conseguir o que se quer, é não saber o que se quer.



> dias de reflexão.
CERVEIRA . 'bulaicha'.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

noites nossas

Esconde-te de mim em mim -
sabes que não te encontrarei,
Nos bosques nocturnos
onde nos amavamos...
sem saber
quando o amanhã devolveria
os sonhos do anoitecer,
pois o ontem perseguia
quem teimava em sobreviver.
Vem abandonar-te
no abandono do meu leito...
rasgar as lágrimas quebradas
que plantaste no meu peito
e relembrar promessas
ternas, fugidias,
daquelas noites nossas,
amor, que se tornavam dias.

sábado, 8 de agosto de 2009

a rede.



Abrir a porta, fechar a porta, pousar a carteira, descalçar os sapatos, tirar os brincos, talvez as calças, sozinha em casa, percorrer a tijoleira fria, sentar no sofá, ligar a televisão, ver o que está a dar, não gosto, ver o menu do que gravei, já vi, ir à cozinha, abrir o frigorifico, um copo de sumo, fechar o frigorifico, voltar ao quarto, pousar o copo, abrir a gaveta, pegar nos vernizes, pegar no copo, voltar à sala, pousar o copo, pousar os vernizes, sentar no sofá, pintar as unhas, ver o que gravei, repetido ou não, quando o sono vier, acabar o dia.





Ando a passar pouco tempo na internet ultimamente.







quinta-feira, 6 de agosto de 2009

negação

Denial
It's not only The Nile in Egypt
It's a freakin' ocean.



Grey's Anatomy

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

duplo amor

Eu queria escrever até sangrar da ponta dos dedos
para provar que para todas as fechaduras existe uma chave
e que em cada pôr do sol uma lua nos revisita.
Adormecer em ti
para provar que o eu também dorme
como a suave pétala de um qualquer mês do ano
que corre para nós contra as intempéries.

Sempre que deslizar uma caneta
será a nossa música a ecoar no fundo da sala
ao piano.
O soalho vai ranger quando eu me lembrar dos teus passos,
para me provar que eu tenho razão -
eu tenho sempre razão.
E eu não saberei nunca o que é ficar sozinha
mesmo quando estiver sozinha,
porque quem ama é inocente.
Tenho os bolsos cheios de rebuçados
e acabei de pintar um sorriso na cara.
É inverno hoje,
mas só porque está frio dentro de mim.

sábado, 1 de agosto de 2009

férias de agosto

Eu sou uma pessoa que já nasceu cansada.
A0 contrário dos seres humanos comuns eu inspiro preguiça em vez de oxigénio e expiro novamente preguiça em vez de dioxido de carbono. São coisas da vida.


Tenho uns livros pra ler, uma praia para visitar, umas noites para córtir e o mês inteiro a trabalhar. É para aprender a dar valor aos momentos, pessoas, é para aprender a dar valor.

:)