sexta-feira, 21 de agosto de 2009

life is... a b.i.t.c.h.

A vida é uma prostituta engessada. A vida é um constante ensaio em vésperas de estreia. É aquela exacta dose de bebida que não deviamos ter bebido porque nos fez vomitar. É a pessoa com quem cruzamos faíscas à saída do metro, mas que escolhemos ignorar porque estamos atrasados para dar comida ao peixe. A vida é um orangotango, que nos persegue pelo ecrã da televisão, no canal Discovery, fitando-nos (nós de robe, ele de pêlo) quase com aquele ar sarcástico - tão natural nos animais- de I told you so.

Os nossos paizinhos tentam ser prestáveis na educação, mas nunca nos ensinam como a vida é de facto - isto porque, convenhamos, nem eles o sabem. Ser cirurgião de emoções nunca resolveu grande coisa, porque a vida é aquele último batimento cardíaco que nos faz ter a certeza de que a morte chegou e não há CPR que nos valha. A vida é um luar brilhante, que nos faz reconhecer que somos imensamente pequenos para tudo o que queremos absorver. A vida é um abismo, um acidente de carro que acidentalmente nos faz cruzar com o amor da nossa vida. A vida é ter certeza de que não há certezas, e por isso mesmo, viver é um cliché - o maior cliché que existe.
Viver é ter sonhos, e sonhar que vamos alcançar os nossos sonhos, mas isso é o maior sonho de todos, logo também não será realidade. A vida é um sudoku com erros, e um livro de palavras cruzadas que alguém esqueceu no banco do metro e que, por isso, não será terminado.
A vida é um descafeínado, que não nos resolve o problema de sono e simplesmente nos dá o sabor a café nos lábios. A vida é rush. É não sabermos nada. E é sabermos tudo.
Os seres humanos deviam vir com manual de instruções, lá está outro cliché. E outro ainda é o porquê de as pessoas temerem a responsabilidade, se sempre souberam ser algo inevitavel.



I'm a grown up woman and I did not see it coming.


Março 1977
. mom's wedding day .



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