quinta-feira, 30 de outubro de 2008

do tempo que passa

barulho.
sentido ausente do que nunca se decifra,
mistura de sabores, seres, mortes, azares
e uma mesma força dividida
em mil sentidos de ruas sem saída,
no palpitar de uma cor em vários tons.

subir na escala significa descer bem fundo,
reerguer-se rumo ao sol
beijar borboletas endeusadas, mariposas malfadadas!

somos flores murchas
desta jarra esquecida
para embelezar a mesa do jantar
(e dói saber que já tivemos um propósito)

barulho,
somos feitos de barulho
e assente nos móveis.




>escrito no bar [bar]ulhento da FLUP

terça-feira, 28 de outubro de 2008

mariana

Há dias e dias.
Há dias maus, dias de 'cão'.









Mas há dias de festa, dias alegres.











Gosto dos meus dias de devaneio, sublimes.











E também daqueles em que sorrio sem razão.









Mas, depois, há dias em que saio de mim, com raiva










Há os dias de viagem, eternos.













Há dias em que penso sempre que tenho razão.
(Outros em que nunca sei o que pensar).













Depois, regra geral, há os dias em que penso demais.













Há dias em que fujo da minha própria sombra.













(Outros em que sei perfeitamente quem sou).













Há ainda os dias em que volto as costas ao mundo













e os dias sãos, em que tenho inúmeros planos para o mudar.









Gosto dos dias em que vejo tudo,
dos dias em que digo tudo e,
principalmente, dos dias em que escrevo tudo.










No fundo, há dias e dias.










Quando conseguimos sobreviver a todos,













então somos felizes.

*