segunda-feira, 3 de agosto de 2009

duplo amor

Eu queria escrever até sangrar da ponta dos dedos
para provar que para todas as fechaduras existe uma chave
e que em cada pôr do sol uma lua nos revisita.
Adormecer em ti
para provar que o eu também dorme
como a suave pétala de um qualquer mês do ano
que corre para nós contra as intempéries.

Sempre que deslizar uma caneta
será a nossa música a ecoar no fundo da sala
ao piano.
O soalho vai ranger quando eu me lembrar dos teus passos,
para me provar que eu tenho razão -
eu tenho sempre razão.
E eu não saberei nunca o que é ficar sozinha
mesmo quando estiver sozinha,
porque quem ama é inocente.
Tenho os bolsos cheios de rebuçados
e acabei de pintar um sorriso na cara.
É inverno hoje,
mas só porque está frio dentro de mim.

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