quinta-feira, 27 de novembro de 2008

:)

as
PESSOAS
mais
importantes
são
as
que
nos
percebem
.


terça-feira, 25 de novembro de 2008

[in]certeza

posso
Berrar contigo
Dizer-te tudo
Odiar-te
Bater-te
Castigar-te
pelos males que eu tenho vindo a cometer?

Se disseres que sim
terei a certeza
de que nao é amor
o que sinto por ti.

da fidelidade e da poligamia

- eu tenho muitos corações!
- eu tenho um grande.




[numa noite de agosto. conversas produtivas.]

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

escreve. e depois diz que foi por minha causa que escreveste

corro para ti
parado, ao fundo, à espera, à deriva
não estás.

todas as portas se fecham
à minha passagem
e o tempo demora-se
como verniz vermelho nas unhas,
os lamentos arrastam-se
com a lentidão do caminho para casa
e as certezas desfazem-se
como grãos de areia escapando pelos dedos.

corro, mas não estás.
e no frio da cidade, escrevo
e na solidão da noite, choro.

percorro as ruínas de mim
para escutar o eco da tua voz
que um dia juraste ser a minha.

um papel esvoaça.
largaste no vento os versos que te fiz.
é o problema do sentimento.
é o problema de nos sentirmos
ímpares.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porque hoje faço 18 anos e 4 meses

A idade não pesa, porque não tem peso.
Não pode ser leve, pois faria de nós pesados.

A sua intensidade cresce
(em cada um)
consoante o que outras
(idades)
oferecem.

Uma flor não sobrevive sozinha.
Porque amas?
(Tu, só tu).

Um grito rendido esvoaça nas ondas,
chorei o Atlântico para te mostrar a raiva
com que me deixaste!
(mentira: seca, estou seca).

Levo a mão ao peito,
fugiu-se o calor que havias plantado,
nada sobrou,
sobrou nada.

Lamento tanto,
com a consciência de quem sabe que nada se lamenta
e que os lamentos de nada valem,
sem forças,
tombada frente ao oceano,
(verdade: seca, estou seca).

Porquê?
A idade.
Que não pesa nem é leve,
mas que nos leva e nos pesa.

Murchei.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

é de noite - e escrevo



É de noite e escrevo
como se a febre de mim
se resolvesse com palavras.

(insisto em trocar os nomes às coisas)
a solução é o problema!
se o silêncio é tão mais fácil
mas também condena...

Qual o pior castigo?
Sentir-te longe
ou não te sentir?

Não me cortes as asas
deste sonho bom
porque é de noite,
escrevo
e estás aqui.

(insisto em trazer as pessoas comigo)
a certeza é o incerto!
se a ausência é tão mais fácil
mas também magoa...

Pouso os problemas na almofada.
O que fazer com eles? Adormecê-los.
O amanhã não traz soluções
mas traz horas de sono.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Não sei.
Alguém sabe mas não diz.
É dia de sussurros.
As horas batem compassada e silenciosamente;
sinto-te perto, ritmado.

Já foste meu, curioso.
Já fui tua, curiosa.
Fomos, sem sermos;
demos, sem darmos;
tiramos, tirando.

Nao sei.
Alguém sabe mas nao diz - e as horas escorrem pelo vidro, chovendo.

O teu reflexo entra em cena,
contranstando com o meu, sossegado.

Sim, sempre fui assim.
Não, nunca fui assim.
Mudei sem me aperceber;
a amargura entranhada na pele,
enregelando os ossos,
tomando conta do que era terreno alheio.
Hoje, sou propriedade do infortúnio.
(Talvez se a felicidade tivesse chegado primeiro...!).

As linhas do rosto, distorcidas,
já não contam história alguma.
Perderam-se as memórias,
perdeu-se a saudade e o sentimento,
perdeu-se o ego.

Sobrevive apenas a lágrima,
a um canto,
ritmada pelas horas que escorrem pelo vidro, chovendo.

Chovo em mim.
Não sei.
Alguém sabe mas não diz.
(Nunca diz).
Agradeço a mão que me levanta do chão.
(Eu sabia que tinha de me ter levantado sozinha...!)

Tombo novamente.
Sim, sempre fui assim.
Nao, nunca fui assim.
Não sei.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

<3

Sim amor,
o tempo já se foi...

e ficamos só NÓS
no descampado das vivências

a contar estrelas num céu
nubladamente certo...
à espera de cometas
que tragam os minutos
de volta.

sábado, 8 de novembro de 2008

espero do tempo novo todos os milagres, menos tu.

[herberto hélder]

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

I live everyday
like there'll never be a last one
'till they're gone - and they're GONE.


[my song, Brandi Carlile]

papel & caneta & banheira

Olhamos para os pés porque nos indicam o caminho.
Negros,
tão negros quanto a incerteza
do que agora absorvemos.
Sentados,
presentes,
estamos aqui.

Cada presença nos torna mais fortes,
porque nos ausenta.
Cada ausência nos torna mais fracos,
porque nos torna presentes.
Onde estar, como estar - ninguém ensina.
O Negro guia-nos e embrenhamos na noite,
na esperança de que o dia nasça.

A única certeza que agora trago
apertada contra o peito
é a de que falo no plural
nós
nós
nós
nós
...

E por isso,
por estarmos aqui (nós),
mais uma peça do puzzle se anuncia.

Embrenhamos na noite
na esperança de que nasça o dia...
mas é sempre noite
quando o Negro guia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

...


A doçura de saber que ninguém entende
é o que me faz acordar todas as manhãs.
Perpetuo esta certeza da diferença
e vou seguindo a linha,
convencida de que a direcção oposta é a melhor.

A meio do caminho
percebo que outros me acompanham.
Saber que não sei o que sei
torna-se engraçado, doloroso.
Arrasto os fantasmas do ontem
e bailo com os monstros do amanhã.

Que fiz eu do punhado de sonhos que trazia no bolso?
Dei-os aos mendigos que me acompanhavam,
convencida de que a estrada era (só) minha
e de que os outros andavam perdidos.
(Mania de pensar que sabemos quem somos,
reis do nada,
mendigos do tudo).

A doçura de saber que ninguém entende
(nem eu, meus caros, nem eu)
é o que me faz acordar todas as manhãs.

domingo, 2 de novembro de 2008

a escrever a estas horas? damn (II)

Amor
o que fazer quando as horas morrerem
e estiveres longe (muito muito longe)?
o que fazer quando os minutos (se) paralisarem
e estiveres longe (muito muito longe) ?
o que fazer quando os segundos desmaiarem
e estiveres longe (muito muito longe) ?

Amor
o que fazer quando ja nao houver Amor
e estiveres perto (muito muito perto) ?

a escrever a estas horas? damn

É tão bom esperar por ti
naquelas manhãs em que o frio enregela a alma
as noticias se espalham nos vidros dos carros, em forma de vapor,
o quente dos corações esvoaça nas palavras,
(as palavras, meu amor, o silêncio!)
e eu sei que vais chegar atrasado - novamente.

Mas é então que chegas, a tempo!
chegas a tempo
porque deixamos de ter tempo para chegar.

Sabemos que o tempo está gasto
quando naquelas manhãs
(ou serão noites, meu amor? (espaços de tempo))
bebemos a vida às goladas
no café de sempre
onde raramente tomamos café
(acho mesmo que nunca lá entramos...)

ficamos a ver a vida acontecer da montra
e a rir de nós
porque jamais nos endireitaremos
e continuamos a rabiscar a linha
tão deturpada
tão torta
tão invisivel...

e rapidamente (existe velocidade na ausência de tempo?)
num olhar sintetizas e eternizas
'amo-te'

sábado, 1 de novembro de 2008

daqui a seis meses


titia de gémeos (isto ja sabia)
menino e menina (isto sim é novidade)


mais dois pequerruchos para me lembrar que estou velhaaaaa!

como se já não bastasse o meu pequerrucho primogénito para me mostrar que o tempo passa tão depressa...

:)
Se podes
olhar, vê.
Se podes ver,
REPARA.

in Ensaio Sobre a Cegueira
José Saramago



[mortinha por ver este filme]