domingo, 2 de novembro de 2008

a escrever a estas horas? damn

É tão bom esperar por ti
naquelas manhãs em que o frio enregela a alma
as noticias se espalham nos vidros dos carros, em forma de vapor,
o quente dos corações esvoaça nas palavras,
(as palavras, meu amor, o silêncio!)
e eu sei que vais chegar atrasado - novamente.

Mas é então que chegas, a tempo!
chegas a tempo
porque deixamos de ter tempo para chegar.

Sabemos que o tempo está gasto
quando naquelas manhãs
(ou serão noites, meu amor? (espaços de tempo))
bebemos a vida às goladas
no café de sempre
onde raramente tomamos café
(acho mesmo que nunca lá entramos...)

ficamos a ver a vida acontecer da montra
e a rir de nós
porque jamais nos endireitaremos
e continuamos a rabiscar a linha
tão deturpada
tão torta
tão invisivel...

e rapidamente (existe velocidade na ausência de tempo?)
num olhar sintetizas e eternizas
'amo-te'

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