quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Não sei.
Alguém sabe mas não diz.
É dia de sussurros.
As horas batem compassada e silenciosamente;
sinto-te perto, ritmado.

Já foste meu, curioso.
Já fui tua, curiosa.
Fomos, sem sermos;
demos, sem darmos;
tiramos, tirando.

Nao sei.
Alguém sabe mas nao diz - e as horas escorrem pelo vidro, chovendo.

O teu reflexo entra em cena,
contranstando com o meu, sossegado.

Sim, sempre fui assim.
Não, nunca fui assim.
Mudei sem me aperceber;
a amargura entranhada na pele,
enregelando os ossos,
tomando conta do que era terreno alheio.
Hoje, sou propriedade do infortúnio.
(Talvez se a felicidade tivesse chegado primeiro...!).

As linhas do rosto, distorcidas,
já não contam história alguma.
Perderam-se as memórias,
perdeu-se a saudade e o sentimento,
perdeu-se o ego.

Sobrevive apenas a lágrima,
a um canto,
ritmada pelas horas que escorrem pelo vidro, chovendo.

Chovo em mim.
Não sei.
Alguém sabe mas não diz.
(Nunca diz).
Agradeço a mão que me levanta do chão.
(Eu sabia que tinha de me ter levantado sozinha...!)

Tombo novamente.
Sim, sempre fui assim.
Nao, nunca fui assim.
Não sei.

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