segunda-feira, 26 de abril de 2010

azul do mar profundo

Se virem os posts de há um ano atrás, percebem que está a chegar 'aquela' altura do ano.
Talvez seja por isso que não consigo escrever.

23 de Abril de 2009



Demasiadas lágrimas na semana que se avizinha.
O derradeiro Salvé.
Um novo Nós - um novo Eu que se inicia.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

femme fatale


Gostava de saber exactamente o que dizer em certas e determinadas situações.
Ser o tipo de mulher que reage bem ou mal, mas que reage.
Ter o à-vontade e a arrogância inevitáveis de um par de saltos altos.
Um baton bem assente nos lábios. O olhar fatal que tudo diz.
Gostava de saber exactamente que conclusões tirar de cada momento.
De não ser a miúda que ri para o vazio e chora num quarto escuro.
De não ter fantasmas no armário, ainda pra mais fantasmas de outros - pois apesar de ser mal arrumada, já os expulsei a todos. Gostava de ter tudo irreprensivelmente perfeito, qual Bree das Donas de Casa Desesperadas; cabelo alinhado, rimmel intacto, meias de vidro sem foguetes.
Caramba, o que o sono me faz.
Quero ser outra pessoa, sim?

domingo, 18 de abril de 2010

run run run, catch me if you can can can

Estou sentada na beira da floreira, em frente à minha porta. Esqueci-me da chave e tenho preguiça de tocar à campaínha de um vizinho. Vou esperar que chegue alguém para me deixar entrar.
Não estou na berma do passeio mas é como se estivesse. Estou numa berma qualquer, novamente num limbo, num impasse. E não sei muito bem se entro, se não entro, se espero pela chave, se peço que me abram a porta, se vou esperar para um café até que chegue a minha chave. Isto são tudo metáforas, porque eu sempre fui miúda de as usar.
Não discuto, raramente converso de assuntos que me incomodem, não sou lá muito directa. Fecho-me num casulo, preciso tanto de alguém. Sou mimalha, quero atenção; mas ao mesmo tempo, orgulhosa, não a peço. Não reclamo o que é meu porque nunca estive verdadeiramente numa situação de posse. Não sei muito bem o que estou a fazer, mesmo quando afirmo que não quero dar nomes às coisas.
Entre um batido de café e um prato de massa tagliatelle, numa noite destas lá ouvi uma amiga de anos sussurrar entre gargalhadas 'a tua vida amorosa é uma merda'.
Eu sei que ninguém tem de me aturar. Mas eu também não tenho de aturar ninguém.

domingo, 11 de abril de 2010

big mike

'Chances are , more than expectations, a possibility.'
Five for Fighting
The BlindSide soundtrack

quinta-feira, 8 de abril de 2010

do surrealismo

«(...)tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir»
Mário Cesariny





tão certo como não te ter
é sentir arrastar na pele
o cheiro do teu toque
viciado
como flores frescas num domingo de manhã;
e cera derramada
das velas quentes do outrora, agora.
erguem-se muralhas
que sempre existiram,
passeios descontínuos
que nunca desvendamos.
e é então
que caminhamos
sem medo
porque no fundo, é só isto,
sem medo,
porque quem não tem
não pode temer perder
mas sim ganhar.

tenho a pele áspera
porque a alma esfomeada
esburaca-me as entranhas
com ânsias de sair
e o meu reflexo do avesso
quer percorrer o mundo...
a juventude às costas, como mochila.

tenho-me esquecido dos efeitos secundários
da cafeína nas veias;
e é então
que páro
com medo
porque no fundo, é só isto.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

citada!

''A Miss BrightSide diz que com a Primavera eles começam a sair da toca,
que é como quem diz,
abriu a época de caça e lá vêm eles atrás de nós. ''
Adoro quando amigas minhas me citam nos seus blogues, principalmente com coisas parvas que digo no msn a altas horas da madrugada. Mas isto é um facto comprovado cientificamente: a primavera tem destas coisas. Aparecem de todos os lados, com as mais variadas intenções e, infelizmente, todos ao mesmo tempo, obrigando-nos a escolher;
Não desesperes Voluptia. Tudo passa minha querida, tudo passa...
:D