sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tive zero comentários no post anterior; o que me leva a crer, das duas uma: ou que ninguém me lê ou que assustei todas as alminhas que aqui entraram. Este blog é a mistura alucinada da minha vida com todos os filmes e livros e músicas que conheço. E a minha imaginação é um território arenoso.
No nono ano tive uma professora de português que me chamou àparte para comentar os poemas que eu lhe tinha entregue para ela corrigir. A anotação escrita ao lado de um deles era 'Qual é a percentagem de verdade e qual é a percentagem de fantasia?'
Pode-se dizer que sempre fui um bocado confusa.
Mas eu estou bem. Relativamente.

Depois de ter passado as últimas horas de cama, ter faltado a um exame e, pela primeira vez, ao emprego, pode dizer-se que estou bem. Enraivecida por ter estudado e nao ter ido? Claro. Chateada por a minha vida só evoluir nos campos em que tal não é necessario? Muito.
Mas o que é que se pode fazer?

19 anos. A concluir o primeiro semestre do segundo ano. A acabar o terceiro contrato no emprego. É demasiado deprimente ficar pelo fundo de desemprego com 19 anos. Mais deprimente é termos de explicar ao nosso pai porque é que adiamos tirar a carta. Ou explicar ao nosso irmão engenheiro porque é que escolhemos ir para Letras. Ou o facto de o nosso sobrinho de sete anos ter mais alegria e sonhos na vida do que nós. Ou ouvirmos a nossa mãe comentar como aquele rapaz dava um óptimo namorado. Ou vermos a nossa cunhada alegre por ter três filhos aos 33 anos e nós só pensarmos 'como é que ela estava casada aos 23?'.

Há coisas sem explicação. E a minha vida, neste momento, é uma delas.
Fico-me pela música hoje.



The good old days,

the honest man,

the restless heart,

the promisse land...

the killers Can You Read My Mind

1 comentário:

Tay disse...

Acho que as pessoas lêem o que você escreve sim, afinal de contas você escreve muito bem. Deve ser que estejam sem saber o que dizer. Isso acontece muitas vezes comigo. Parabéns pelo blog. =D