sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

a broken wrist and a big trapeeze

Um trapézio e um risco evidente, um medo estonteante.
Pé ante pé, desafio a desafio.
Vamos conduzindo estrada fora, sem rumo definido, crentes de achar o que buscamos.
Amor? Felicidade? Realização pessoal? Sucesso?
Um ego maior que o corpo em que caminhamos?

Trago no bolso a vontade incessante de descobrir o porquê de tantas perguntas, quando admitimos derrotados que não temos uma resposta.
Um sopro de realidade derruba-nos do altar onde nos edificaram, sublimes.
Tantas expectativas, sonhos, projectos.
Tantos ideiais derrotados, momentos previstos, sucessos inalcansáveis.

Hoje, por um breve momento em que fiquei absorta a olhar o espaço, apercebi-me de que me sinto demasiadas vezes sozinha estando acompanhada. E de que as saudades, esse sentimento sebastianista de só amarmos o quão perfeitos já conseguimos ser um dia, transtorna-nos as entranhas e regurgita o pior de nós para fora deste corpo deambulante.
Hoje é mais um daqueles dias em que as questões viajam e não me deixam sossegar. É mais um daqueles dias em que a chuva me deixou maldisposta, e que apesar de até ter acordado cedo, não tenho sono. É mais um daqueles dias em que a minha vida se misturou toda, passado com presente e pitadas de futuro, tudo remexido e levado ao forno por demasiado tempo, até queimar.
É mais um daqueles dias em que escrevo aqui, só porque não sei que mais fazer.
Hoje é mais um daqueles dias.

1 comentário:

Voluptia disse...

E lá vão duas.