segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

certeza de não saber, sabendo


Respiro.
Perdi a noção de existir
nestes remotos segundos em que o teu olhar
tão pausado, tão doce,
descansou no meu
aconchegando-me a alma.

Foste meu.
E bem melhor do que isso
deixaste que fosse tua,
neste baile de não-possessão
e da sempre-entrega,

rodopiar de emoções
sem norte
nem sul
nem tampouco mapa ou bussula
ou sentido de orientação.

FOMOS
e no entanto não o sabemos
porque o tempo voou e nós ficamos aqui.

Escrevo, prevendo a realidade que desconheço
com esta mania de ter certezas
sem provas
e de viver
sem saber se estou viva.

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