sexta-feira, 23 de julho de 2010

cinco da manhã


às vezes pensamos que está tudo bem e depois verificamos que não está.
pensamos que tudo se resolve se deixarmos as coisas quietas no sítio, e que elas so voltarão para nos assombrar se formos remexer no enorme baú que é o passado. mas às vezes as coisas vêm ter conosco.
e mesmo por entre gargalhadas percebemos o que perdemos... e vemos na pessoa à nossa frente a oportunidade que se foi. depois recordamos por que é que foi. e é aí que começam as lágrimas. a típica auto-desculpa do 'não estou a chorar por tua causa', visto que, de facto, as lágrimas são despoletadas por um acontecimento, mas o choro por completo remonta a todas as vivências fracassadas. uma mulher que chora, não chora naquele momento por aquela razão; chora naquele momento por todas as razões e por todos os momentos.

às vezes pensamos que está tudo bem e depois verificamos que não está.
e depois percebemos que temos vinte anos, e se calhar é altura de parar de brincar às escondidas.
já chega.

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