Eu devia ter cuidado com o que digo. Tapar a boca de vez em quando, lembrar-me de que as vezes pensar alto implica que alguém de facto pode ouvir o que nos vai pela cabeça.
Eu devia ter cuidado com o que penso. Serrar ao meio os sonhos pueris, ceder passagem a vontades guerreiras de elevar montanhas.
Eu devia ter cuidado com o que faço. Atar as mãos atrás das costas, recuar com o pézinho antes sequer de pensar em subir mais um degrau.
Nunca se está preparado para algo.
Nunca é a altura certa para algo.
Tenho o coração pousado na cabeceira; ao lado, o cérebro dentro de um copo com água; a alma debaixo da cama, a rebolar por entre o cotão; o corpo, inerte, acabou de acordar, depois de anos adormecido. Para onde foi a experiência?
Os sweet nineteen trouxeram a depressão pré-vinte. Bem que me tinham avisado que doía escrever com um 2. Não quis acreditar que um ano pudesse pesar no centro do corpo, e que os sonhos pudessem morrer a uma maior velocidade á medida que o tempo passa.
Nunca se está preparado para algo.
Nunca é altura certa para algo.
Mas também nunca podemos deixar de fazer o que quer que seja, só por causa disso.
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