terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I want your everything as long as it's free

Um, dois, teste, teste.
O coração ainda funciona. Estranho, não? Quem diria que depois de tantas quedas ainda seria possível escutá-lo bater, no centro do corpo, perplexo. Quem diria que após tantas revoluções político-sócio-intelectuo-culturais, ainda existiria um corpo activo, vivo, respirante. Eu não diria.
Não me considero de todo negativa, mas tenho a minha quota parte de pessimismo, de não-crença. Desconfio do mínimo sorriso, isto porque sei que eu não sorrio à mínima razão.
Gosto de protagonismo, mas não de espectáculo. Não sei ser o centro das atenções, fico sem jeito, encaracolada na carapaça. Mas gosto de me destacar; quem disser que não gosta tem de aprender que a falsa humildade já passou de moda.
Custa-me ter de cumprir um estereótipo; isto porque antes de mim já se percorreram muitas estradas compridas, enfatizadas... e eu sou uma miúda de atalhos. Não gosto de facilidades, mas opto pelo mais fácil; mentira. Os atalhos são mais tortuosos do que as estradas principais - porque há menos corpos deambulantes, há menos barulho, menos cor, menos luz. Os atalhos são tempestuosos e trazem-nos à memória os dias maus. Há quem me chame masoquista, completando o lado negativo de que falava há pouco. Insisto em tombar nas mesmas pedras, rastejar nos mesmos pântanos. Mesmo depois de concluir, admitir, berrar aos quatro ventos - eu esstou bem assim.
Ausentar-me dos pensamentos não é assim tão possível; olha, lá está o coração a bater de novo, o malandro. Jamais admitirei o que ele me diz para além do habitual 'pum pum'. Não sou miúda de amores, nem miúda de amar. Sou uma miúda para amar. Mas para isso há que encontrar os atalhos tortuosos; e se nem eu sei percorrê-los, quanto mais..!

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