É sentir que nada vale a pena, mas ainda assim pomos a nossa alma numa migalha.
É sentir o cheiro da relva de perto, do 'musguinho', e rir por fazer flexões nas pedras tortas. É chorar, chorar abafado, cuspir a vida toda e voltar a engoli-la. É azul, muito azul, com muita lama, muita água, muitas pedras. Acima de tudo, pedras. Imóveis, pesadas. Pesa tanto.
Valores que marcam. O poder das palavras, as palavras do poder. Aprender a cumprir sentença eterna de um amor que não se sabe por que se tem. Caminhar perdido num bosque, sabendo apenas como voltar para trás... e prosseguir em frente, pelo desconhecido.
Eu não fui feita para isto. Não é a minha matéria, não é a minha madeira. Sou feita de fogo e ar, queimando e apagando as velas num sopro. Não sou assim.
E após este tudo, esta migalha, pesa tanto.
Não sei o que dizer, porque não percebo. Não sei. Não quero.
Até os fados são nossos, e por eles também choro. Não me peçam para esquecer.
Porque no fundo é tudo sempre um sentir 'que um tempo acabou', essa 'primavera de flor adormecida'.
E eu sei que o que vivi não volta, porque voou.
Mas também espero não o perder, e voar com ele.
Ad eternum.
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