terça-feira, 14 de abril de 2009

quase sempre esse alguém não é quem deve ser

Queria saber o que me espera no amanhã, quando acordo, pura.
Mas a pureza fica adormecida na almofada, e o 'eu' percorre a cidade chuvosa, abrigada na esperança.

'... quando acordo e não sei quem eu sou quem me tornei, eu começo a bater mal... o teu bem faz-me tão mal.'

Cada reviravolta faz-nos tombar no tombo tombado, criar novos reflexos, novas defesas, novos jeitos de ignorância. Brutalidades da alma, é o que é. Desconfio que trago no peito colada a incerteza do passado vivido, de tão duramente rotineiro e escasso. Este ano tem corrido por mim sem o notar, mas tem deixado marcas tão duras que é impossível esquecer o tempo que passa. Por outras palavras - a dor que me usurpa é maior que a esperança que alcanço em cada sonho, os tombos são maiores do que os vôos, as lagrimas mais ardentes que as paixões.

'e acaso nos tocar o azar, o combinado é não esperar... porque o nosso amor é clandestino...'


Estou de bem mal com a vida, porque me acostumei a ela.
E sinceramente, ver-me sorrir vai ser um privilégio, até para mim quando olho o espelho.
Vou dormir, pra ver se encontro a pureza nos lençóis e me reinvento melhor, porque odeio-me assim, torta de jeitos modestos e incapaz de sugar os minutos belos.
O que é preciso é bombons, sorrisos, toques. Um olhar que muda, um sorriso. Uma oportunidade. Qualquer coisa, por favor.

'eu faço e aconteço, eu posso, eu mando!'

É preciso acertar com a vida, que isto assim não vai lá... Cada minuto contado é um sorriso suprimido, e eu preciso de sol para florescer. Vá lá, vamos mudar. Não é por mim, é por eles.

'se era para ler a Mariana entraram no sítio errado,
é que ela está numa casa ali ao lado.
Andamos todos uma casa ao nosso lado'.



*excertos de músicas dos Deolinda =)

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