sábado, 4 de abril de 2009

(clan)destino



eu queria trazer comigo a certeza de que é real
este peso pesado no peito
esta crença de não saber de mim
este volver de entranhas que me canta ao ouvido
a música do que eu era antes do amanhecer

eu queria ser pequena e viajar no teu dorso
enquanto a noite soprava aos ouvidos a inocência,
mas contaram-me as histórias dos trilhos
das paixões
dos alpendres das madrugadas em casarões abandonados
onde as cigarras prometiam um futuro doloroso
e a relva, perpendicular, sussurrava uma clandestina felicidade
o que fazer com o conhecimento
ignorante
que viaja pela circulação do ser que fui não sendo
corpo deitado na relva do ontem?

e flores na mão direita
vermelhas, do sangue chorado
e pés a tilintar
como chaves da porta do futuro anterior a mim
com o nervoso das lágrimas que ardem
sem saber

quero saber
quero sair
e vou ficar
sem conhecer
sem perceber
a acreditar.

3 comentários:

Ferdinand disse...

Chora Mariana!!!
Fala e chora!
Fica!

ematejoca disse...

Sorriso com sol! Bom Domingo!

Vânia disse...

Fica. =)
Smp <3
V's q nos unem! *