segunda-feira, 3 de novembro de 2008

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A doçura de saber que ninguém entende
é o que me faz acordar todas as manhãs.
Perpetuo esta certeza da diferença
e vou seguindo a linha,
convencida de que a direcção oposta é a melhor.

A meio do caminho
percebo que outros me acompanham.
Saber que não sei o que sei
torna-se engraçado, doloroso.
Arrasto os fantasmas do ontem
e bailo com os monstros do amanhã.

Que fiz eu do punhado de sonhos que trazia no bolso?
Dei-os aos mendigos que me acompanhavam,
convencida de que a estrada era (só) minha
e de que os outros andavam perdidos.
(Mania de pensar que sabemos quem somos,
reis do nada,
mendigos do tudo).

A doçura de saber que ninguém entende
(nem eu, meus caros, nem eu)
é o que me faz acordar todas as manhãs.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ja me leste e eu ja gostei! xD *